Nove vítimas procuraram delegacia na Zona Leste, entre esta terça (11) e quarta (12) para denunciarem a proprietária da STF Viagens pelo calote. Mulher foi ouvida e liberada sem ter sido indiciada. Só uma vítima teria pago R$ 300 mil por viagem. A dona de uma empresa de turismo da Zona Leste de São Paulo é investigada pela Polícia Civil num inquérito que apura a suspeita de ela ter cometido crime de estelionato após cancelar viagens de clientes que haviam pagado pelo serviço. Até a última atualização desta reportagem nove vítimas chamaram a Polícia Militar (PM) e procuraram o 31º Distrito Policial (DP), da Vila Carrão, para registrarem boletim de ocorrência e denunciarem a proprietária da STF Viagens pelo calote.
Segundo clientes contaram à TV Globo, o número total de pessoas lesadas pela empresa é maior, podendo chegar, no total, a 99. E o prejuízo somado delas supera R$ 1,3 milhão. A proprietária da STF Viagens foi ouvida no final da noite de terça-feira (11) na delegacia, depois que clientes denunciaram o caso na delegacia. Segundo policiais, ela teria sido ameaçada de agressão por parte das vítimas. A dona deixou o DP na manhã desta quarta-feira (12) sem falar com a imprensa após prestar esclarecimentos. Ela ainda não foi indiciada pelo crime. Até a última atualização desta reportagem ela era investigada como suspeita de estelionato. “A autoridade policial segue à disposição para atender eventuais vítimas da mesma empresa”, informa trecho da nota enviada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) sobre o caso. Procurada para comentar o assunto, a defesa da dona da STF Viagens informou à reportagem que estava se inteirando das denúncias contra a empresa e que iria se manifestar somente após isso. Clientes que acusam a empresa de viagens de calote também prestaram queixa e registraram boletins de ocorrência contra a proprietária. Eles tentam recuperar o dinheiro que investiram nas viagens depois que elas foram canceladas pela dona da STF. As vítimas contaram que montaram um grupo no WhatsApp com quem foi lesado. Algumas delas contaram que tiveram mais de R$ 300 mil de prejuízo. O que dizem as vítimas De acordo com os clientes, a proprietária alegou a eles que sofreu um golpe e que não tinha mais dinheiro para custear as viagens e hospedagens deles.
“Hoje [nesta quarta] eu vim aqui tentar ouvir da boca dela se eu ia viajar ou não. Mas assim, ela já deixou claro que ninguém viaja, que ela não tem dinheiro”, falou à TV Globo a médica veterinária Gabriela Dezembro. “Cadê o dinheiro? É só isso que a gente quer saber. Onde está o dinheiro que nós pagamos para ela e que ela não pagou nossas viagens?”, disse Gabriela. Segundo o estudante João Victor Carvalho de Sá, a proprietária tinha várias desculpas para não honrar os contratos firmados com os clientes. “Sempre era uma desculpinha. Até que chegou um dia que a gente foi na agência. Chegando lá ela abriu o jogo: ‘Eu não tenho nada. Não tenho nada comprado, deram um golpe em mim, estou quebrada, estou falida’”, contou João Victor. “Mas não deram um golpe nela. Porque ela pegava o meu [dinheiro] para pagar a [viagem] de outra pessoa e assim ia. Isso gerou um efeito cascata, ela não conseguia mais vender e só dando golpe.” O sonho da professora Maiara Gomes da Silveira de levar a irmã caçula à Disney foi frustrado com o calote da agência. “Eu prometi para minha irmã de 7 anos que com 8 anos ela iria conhecer a Disney, que é um sonho, e pra professora juntar dinheiro pra conhecer a Disney não é fácil. E amanhã, no Dia das Crianças, eu vou ter que virar pra minha irmã e falar assim: a gente não vai conhecer a Disney. É muito complicado”, lamentou Maiara. Fonte: G1