Impulsionar a pesquisa aplicada, e fortalecer o empreendedorismo inovador e o uso da tecnologia no desenvolvimento de produtos e serviços, são objetivos do Governo do Estado através de investimentos no Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá, vinculado à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet).
Além de recursos para manutenção e infraestrutura do PCT Guamá, a Sectet financia projetos e bolsas de mestrado e doutorado para pesquisadores, que atuam no parque. Desde 2020, de acordo com a Lei Complementar n° 133, pelo menos 20% dos recursos provenientes da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem) são destinados ao Estado para serem aplicados em atividades relacionadas ao desenvolvimento científico e tecnológico.
Resultados na educação – Empresas, laboratórios e startups, que estão instaladas nos dois prédios do complexo, são beneficiadas com ações do Governo no ambiente. Uma das startups residentes no PCT Guamá, a Inteceleri Tecnologia para educação, especializada na criação de projetos inovadores que contribuem para aumento da qualidade na educação, já participou de ações do poder público como, por exemplo, os programas StartUP Pará e EduTech Sectet, Finep Startup, Inovativa Brasil e até já recebeu um selo GovTech que o habilita para atender instituições governamentais.
O CEO do empreendimento, Walter Oliveira Júnior, explica a importância de incentivos públicos para transformar ciência em produtos educacionais acessíveis.
“Uma iniciativa do governo como o PCT, é um ambiente de grande valia para abrigar e incentivar novos negócios que nascem a partir de pesquisas científicas de nossas universidades para chegar até a sociedade com objetivo de solucionar ou mitigar problemas em diversos segmentos como a educação, que viveu recentemente um grande de desafio com a pandemia e teve que se reinventar para continuar com suas atividades. Após a pandemia, já é possível falar do uso de Metaverso nas escolas públicas com projeto que estamos desenvolvendo com o PCT e Finep, e isso só é possível devido ao ecossistema formado dentro desse ambiente”.
Um dos projetos pioneiros da empresa é o Matematicando, uma ferramenta que acelera o aprendizado de matemática básica. A ideia surgiu quando o diretor de criação da empresa, Dilmar Cunha, preocupado com o medo que sua filha tinha da disciplina, decidiu criar uma tabuada diferenciada chamada de cromopedagogia. O projeto já alcançou mais de 450 mil alunos em mais de 15 municípios paraenses, além de outros estados, como Maranhão, Ceará, São Paulo e Amapá. O Geometa e o MiritiBoard, que utilizam a realidade virtual para auxiliar no aprendizado, também são outros projetos de destaque da Inteceleri.
Mais tecnologia no Pará – Outro residente do parque que conta com incentivos do Governo do Estado é o Laboratório de Tecnologia Supercrítica (Labtecs/UFPA), que tem como objetivo transformar os recursos naturais da Amazônia em produtos de alto valor agregado, aplicáveis em diversos setores, como alimentos, farmácia e cosméticos.
O Labtecs utiliza a tecnologia supercrítica para desenvolver produtos que valorizam a biodiversidade da região. A tecnologia, que não agride o meio ambiente, permite a pesquisa, desenvolvimento, aplicação e avaliação da qualidade e potencial dos produtos obtidos. Raul Carvalho, coordenador do laboratório, destaca o apoio por parte do Estado, essencial para o alcance dos objetivos.
“O papel do Estado é muito importante para nós, porque tem se empenhado para nos incentivar, inclusive, financeiramente e com equipamentos, para seguirmos com a pesquisa. Sem o investimento nessa pesquisa não conseguiríamos avançar”, ressalta.