Transações da maior praça financeira da Região Norte estão 4,4 bilhões de dólares abaixo das operações de 2021. Em moeda nacional, o estado deixa de recolher R$ 3 bilhões em impostos. Dados divulgados pelo Ministério da Economia nesta quarta-feira (3) acendem sinal vermelho sobre a economia do Pará: o estado é um único do Brasil, entre os que exportam mais de 1 bilhão de dólares, a vê as transações comerciais despencarem este ano. A retração na balança comercial de janeiro a julho deste ano é de 4,431 bilhões de dólares no comparativo com o mesmo período do ano passado. As informações foram levantadas com exclusividade, que analisou os números da balança comercial recém-liberados e que mostram que no mês passado as exportações originárias do Pará totalizaram 2,134 bilhões de dólares, 28,2% abaixo dos 2,971 bilhões registrados em julho de 2021. No acumulado deste ano, o rombo nas exportações do Pará frente ao mesmo período do ano passado é maior que as transações comerciais inteiras de 16 das 27 Unidades da Federação. Fazendo conversação direta para moeda nacional, o Pará deixou de exportar R$ 23,042 bilhões de janeiro a julho deste ano e, com isso, deixou de recolher para os cofres públicos cerca de R$ 3 bilhões em impostos. Por outro lado, um grupo de oito estados tem prosperado bastante, com desempenho acima do bilhão em 2022 e volume de exportações recordes, como São Paulo (8,378 bilhões de dólares a mais em relação a 2021), Rio de Janeiro (6,249 bilhões), Mato Grosso (5,49 bilhões), Goiás (2,957 bilhões), Bahia (2,689 bilhões), Paraná (1,538 bilhão), Santa Catarina (1,388 bilhão) e Minas Gerais (1,041 bilhão). Parauapebas e Canaã dos Carajás A marcha lenta das exportações paraenses este ano tem dois responsáveis: Parauapebas e Canaã dos Carajás. Acontece que, como as transações comerciais do estado giram fortemente em torno da comercialização internacional do minério de ferro produzido nesses municípios, a balança comercial pode subir e descer conforme o movimento registrado em ambos. E, diga-se de passagem, o desempenho do minério de ferro — tanto em produção física quanto em cotação de mercado — em nada se assemelha aos excelentes ventos de 2021. Ainda assim, em julho, Parauapebas e Canaã contribuíram, juntos, com 65,3% da balança paraense, de acordo com cálculos. A Capital do Minério respondeu por 743,06 milhões de dólares e foi o 3º maior exportador municipal do Brasil, atrás de Duque de Caxias (2,86 bilhões) e da cidade do Rio de Janeiro (1,188 bilhão). Já a Terra Prometida movimentou no mês passado 649,59 milhões, ocupando a 4ª posição no ranking, empatada com a cidade de São Paulo (649,49 milhões de dólares). fonte: Zé Dudu