Um dos assassinos da chacina de Baião, no nordeste do Pará, foi condenado pela justiça a mais de 67 anos de prisão nesta última quarta-feira (1º). Em março de 2019, seis pessoas foram mortas na zona rural do município, entre elas a liderança rural Dilma Ferreira Silva. Cosme Alves foi condenado a 67 anos, 4 meses e 24 dias de prisão pelo tribunal do júri. Os jurados acolheram a tese do Ministério Público do Pará de que Cosme é responsável pelos crimes de furto e homicídio qualificado por motivo torpe, mediante recompensa, com o emprego de meio cruel e utilização de recursos que impossibilitaram a defesa das vítimas.
“Tenho certeza de que os jurados fizeram justiça ao condenar Cosme. O MPPA cumpriu seu papel. Não podemos mais tolerar no Pará a violência no campo e o assassinato de trabalhadores rurais e de ativistas ambientais”, afirmou o promotor de Justiça Márcio Almeida Farias. A chacina ocorreu nos dias 21 e 22 de março de 2019. O mandante, o fazendeiro Fernando Rosa, conhecido como Fernandinho, está preso desde março daquele mesmo ano. O caso De acordo o Ministério Público, os assassinatos ocorreram no km 50, zona rural de Baião. Venilson da Silva Santos (Vinicius), Raimundo Jesus Ferreira (Raimundinho) e Marlene da Silva Oliveira foram mortos a tiros na fazenda do mandante Fernando Rosa e tiveram seus corpos carbonizados. No segundo dia (22), Dilma Ferreira Silva, Milton Lopes Claudionor e Amaro Costa da Silva foram mortos a facadas no assentamento Renato Lima (Salvador Allende) pelos matadores de aluguel Valdenir Farias Lima (Denir), Glaucimar Francisco Alves (Pirata) e Cosme Alves. A motivação dos crimes ocorreu após os trabalhadores dizerem que iriam denunciar Fernandinho na Justiça por ele não pagar seus salários e os tratar em situação análoga à escravidão. Eles também descobriram uma pista de pouso clandestino na fazenda dele. O acusado Valdenir Farias de Lima foi o intermediário na contratação dos irmãos Alves, Glaucimar e Cosme, conhecidos matadores de aluguel na região. O assassinato de Dilma Ferreira da Silva se deu porque a ativista ambiental havia denunciado Fernandinho por transporte e exploração ilegal de madeira. Fonte: G1 Pará