Uma delas está entre as 20 mais ricas do país, considerando-se o patrimônio líquido declarado no imposto de renda. Já as 5 mais pobres do estado estão entre as 100 mais pobres do Brasil. Boi no pasto é sinônimo de alta renda, pelo menos para cidadelas do sul do Pará, que não são tão famosas por terem prefeituras ricas e que arrecadam milhões por mês. Nessas localidades, o dinheiro vivo está mesmo nas contas bancárias da população, e isso só foi possível constatar por meio da pesquisa “Mapa da Riqueza”, divulgada ontem (14) pela Fundação Getúlio Vargas a partir de declarações de imposto de renda e segundo a qual os municípios sul-paraenses, recheados de gado, têm a população mais endinheirada do estado.
Esqueça Canaã dos Carajás, Parauapebas, Belém ou Marabá. Nessas cidades há, sim, milionários — especialmente os oligarcas belenenses e fazendeiros marabaenses —, mas não se sabe se por sonegação fiscal ou outras razões a média das declarações de imposto de renda não chama a atenção.
A elite dos abastados, segundo a declaração de imposto de renda, está em Rio Maria, um próspero município agropecuário escondido entre os igualmente prósperos Xinguara e Redenção. Em Rio Maria, a média de patrimônio líquido dos declarantes de imposto de renda é de impressionantes R$ 815,68 mil, uma das 20 maiores médias do Brasil. Para se ter ideia, o patrimônio médio dos declarantes de Parauapebas (R$ 85,7 mil) é dez vezes menor que o de Rio Maria, enquanto o dos declarantes de Belém (R$ 186,69 mil) é ao menos quatro vezes inferior.
Piçarra (R$ 390,68 mil) e Água Azul do Norte (R$ 341,33 mil) completam o trio de municípios com declarantes de imposto de renda mais bem-sucedidos, e das dez cidades com mais ricos declarados oficialmente, apenas Itupiranga (R$ 317,44 mil) e Novo Progresso (R$ 254,92 mil) não estão no circuito do sul do estado. Os dez municípios com mais ricos têm em comum o fato de estarem entre as maiores praças pecuaristas do país.
No extremo oposto, as cidades de Melgaço (R$ 8.860), Maracanã (R$ 8.503), Chaves (R$ 5.425), Magalhães Barata (R$ 4.745) e Gurupá (R$ 4.172) têm os menores patrimônios reportados na declaração de imposto de renda e os quais também estão entre os 100 mais baixos do país.
CONFIRA O PATRIMÔNIO LÍQUIDO DA POPULAÇÃO NAS CIDADES MAIS RICAS
1º Rio Maria — R$ 815,68 mil
2º Piçarra — R$ 390,68 mil
3º Água Azul do Norte — R$ 341,33 mil
4º Itupiranga — R$ 317,44 mil
5º São Félix do Xingu — R$ 296,01 mil
6º Xinguara — R$ 256,84 mil
7º Novo Progresso — R$ 254,92 mil
8º Sapucaia — R$ 250,98 mil
9º Bannach — R$ 226,12 mil
10º Redenção — R$ 219,86 mil Fonte: Zé Dudu