Foram Três rodadas de intensas negociações, em média por dez horas, onde o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do estado do Pará, (MST/PA), trouxe para as discussões, pautas que já havia muitos anos tramitando juntos aos Órgãos Governamentais, segundo Jorge Neri, “Todas as nossas reivindicações, já são conhecidas por todos os órgãos que se fazem presentes nessa reunião, e o que o nosso povo espera lá fora é que tenhamos um mínimo de responsabilidade possível, para entregar a todos os trabalhadores Sem Terra a parcela que lhes são cabíveis”, citou José Batista (Advogado da Pastoral da Terra).
Há menos de três dias enquanto o Movimento dos Sem Terra (MST) estava ocupando a Ferrovia, para chamar os Órgãos á sentarem para uma negociação, todos eles vieram a região para negociar, agora o MST PARÁ espera que o Governo, o Estado e os Municípios cumpram suas partes no acordo das pautas discutidas e datadas com prazos, para amenizar a vida dos milhares de acampados por todo estado do Pará, ”Nós enquanto dirigentes do MST, já não temos mais condições de argumentar com o nosso povo, por isso teremos que sair dessa reunião com datas e prazos para execuções de nossas reivindicações, para que possamos falar aos milhares de acampados que estão esperando uma resposta, do que avançaremos de concreto, e deixarmos tudo documentado, para que se cumpra os acordos de ambas as partes, “ Citou Tito Moura( Direção do MST PA).
“As terras que poderiam estar livres para a reforma agraria nesse país, estão com os grandes latifundiários, e nós da direção do MST precisamos encontrar uma forma legal, para serem devolvidas a todos os trabalhadores sem-terra, o que lhes foram tirado a força, e eles são donos por direito, então terão que receber do Governo Federal as terras improdutivas do latifúndio, e ainda serem legalizadas pelo INCRA, para serem entregues ao nosso povo”, Mencionou Pablo Neri (Direção do MST PA), e foi além, quando se referiu ao longo de mais de 500 anos que o latifúndio invade e se apropria das terras da união, ou compraram barato, expulsando os pequenos agricultores para as cidades, havendo necessidades agora do governo reconquistar essas terras e entregar aos pequenos agricultores, para se fazer reforma agrária e recolocar os pequenos de volta ao campo.
As Rodadas de negociações com os governos Federal, Estadual e Municipal, além do Incra e Vale, trazem para os acampados do estado do Pará, uma luz no fim do túnel.
Após intensas negociações, todos concordaram que em no máximo 90 dias, os assentados do Pará, receberão resultados dos acordos firmados entre o MST e os participantes nessa convenção.
A reunião que se deu na última sexta feira, 06/11, em Parauapebas na Palmares ll na Escola Crescendo no Saber.
Estiveram presentes nas negociações os representantes do INCRA, VALE, Comissão Pastoral da Terra, MDA, Governo do Pará, Coordenação do MST e assentados de todo o Pará.
Foram em Média dez horas de negociações, onde os órgãos se comprometeram em cumprir todas as exigências do MST, já que nos acordos estão, esperar até 90 dias para se cumprir todas as concordatas de ambas as partes, “E nós da Companhia VALE, estamos firmando compromisso com o povo do MST, haveremos de ter várias reuniões ao longo do próximo ano, onde nossa parceria sempre haverá de ser cada dia melhor, e com certeza o que estiver ao nosso alcance, faremos”, terminou Marcelo Klein (Direção da Vale)
Entre os acordos estão, vistoriar as áreas da Vale não minerárias na região do Pará e Maranhão e fazendas improdutivas para Reforma Agrária, de imediato em Canaã e Parauapebas, onde as ocupações das Redes Ferroviárias estavam fechadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terras (MST), e após as negociações, a Vale terá sua trégua, desde que os órgãos governamentais façam suas tarefas e cumpram os acordos firmados. “Se o Governo cumprir seu papel com o MST, e demais atores, nós não temos pretensões de fechar as rodovias das regiões Pará e Maranhão, agora, se não for cumprido, aí sim, teremos que voltar a ocupar os espaços públicos, tal qual as Ferrovias, para forçar uma solução para o povo do MST” findou Jorge Néry (Direção MST PA).
Depois de todos os acordos firmados entre todos os envolvidos nas negociações, o povo aos milhares, com comitivas de várias partes do Pará, esperava lá fora da escola para uma resposta do Movimento dos Trabalhadores Rurais, “Já esperávamos ansiosos por essas negociações, a partir de hj, sairemos da Beira da ferrovia, pois lá não é nosso lugar, mas estaremos de prontidão e alerta, se em noventa dias não tivermos retorno de tudo que foi acordado para o nosso povo de todo o Estado do Pará e Maranhão, tenham certeza, voltaremos a ocupar os lugares públicos que for preciso, para reivindicarmos nossos direitos, e ameaças não nos farão calar, haveremos de conquistar nossos direitos adquiridos democraticamente” Falou Tito Moura (Direção MST PA).
Após ouvirem atentos a todas as medidas tomadas pelo movimento, o povo em carreata voltou para o acampamento improvisado na beira da rodovia na Palmares ll, Lá Tito Moura falou ao seu povo para desarmarem suas barracas e voltarem para o acampamento Terra e Liberdade, “Bora meu povo desarmar nosso acampamento improvisado e voltarmos para o nosso acampamento, e de lá iremos esperar passar os noventa dias dos acordos, lembrando a todos, que as vistorias das fazendas iniciarão imediatamente” frisou Tito Moura (Direção MST PA).